CRÓNICA DA CORRIDA
"Rapaziada,
Bem, desta vez calhou-me a mim escrever a crónica da corrida. Estas crónicas já estão com grande sucesso no Facebook do Grupo e a fasquia já está muito elevada!
Como podem imaginar, acordar às 6h50 da madrugada não é muito fácil. Muito menos para mim, que normalmente essa é a hora de deitar. A única recompensa era saber que o ponto de encontro era nas empadas de Montemor! Ah, e claro, ia ver o Grupo!
Já com umas empadas no bucho e com o Pipas, o JT e o Feijoca, seguiu a viagem para a bela terra espanhola de Mirabel, onde nos esperava o sorteio dos toiros.
Ao chegar à Praça: que Praça, tenho que dizer! Parecia uma fábrica do tijolo… Ainda melhor era a terra, que tinha cinco casas e dez pessoas! Lá nos encontrámos com o empresário e os cavaleiros e deu-se início ao sorteio. Aí fiz o meu primeiro trabalho do dia (não contando com o de devorar as empadas, que esse foi um prazer!), trabalhando nos curros como um profissional. Os toiros estavam bonitos e bons para se pegarem! Adivinhava-se uma tarde de triunfo!
Apesar de o Pipas ter pedido para pegarmos os 4 toiros, ficou decidido, por imposição do empresário, que só iríamos pegar dois. O que não veio a acontecer porque o cavaleiro João Ribeiro Telles Jr. nos deixou pegar os dois toiros que iria tourear.
Depois de um almoço com o Ginja, foi só esperar pela hora da fardamenta.
Ah mas a crónica devia ser da corrida, não é? Então vamos lá.
A corrida marcada para as 19 horas em Mirabel, tinha como protagonistas João Ribeiro Telles Jr. e El Cartagenero. Lidavam-se quatro toiros Jara del Retamar. A corrida contava ainda, segundo o cartaz, com a “heroicidad de los valientes” do Aposento da Chamusca, a pegar em solitário.
No início da corrida, aconteceu o impensável. Fomos todos metidos na prisão que circundava a arena, sendo que só tivemos ordem de soltura na altura das pegas. Indignados, começámos a vender lenços.
Para a primeira pega, segundo toiro da corrida, saltou as tábuas (bem! Saiu da prisão) o forcado Bruno Riachos. Esteve bem em frente ao toiro, recuando e pegando. Aguentou ainda alguns derrotes devido à falta de ataque ao toiro por parte dos ajudas, mas a pega foi consumada à primeira tentativa.
Para a segunda pega, terceiro toiro da corrida, saiu para a cara do toiro o forcado Frederico Gomes de Abreu, a precisar de encontrar mais tranquilidade na arena. Por ter saído nervoso, não conseguiu reunir da melhor forma na primeira e segunda tentativas, completando a pega só à terceira, já com ajudas carregadas.
O quarto e último toiro foi pegado pelo forcado Ricardo Laranjinha, que esteve bem e sereno. Recuou e pegou à primeira, enchendo bem a cara ao toiro. Tal como na primeira pega, faltou alguma eficácia aos ajudas, estando o primeiro ajuda e segundos um pouco estáticos. Os terceiros, porém, estiveram bem a ajudar.
Em geral o Grupo esteve bem. Exprimentou-se forcados novos dando assim oportunidade a quem ainda não a tinha tido. Mesmo assim, penso que a malta menos exprimentada tem que ter mais atenção à pega. Por isso quando não se fardarem tenham atenção ao que se está a passar na corrida e principalmente ao toiro e à pega.
Perante a boa prestação, o Grupo foi liberto no final da corrida.
Seguiu-se o habitual jantar. Lamentavelmente e uma vez mais, faltou a presença do Farfan! Bebeu-se uns copos (poucos, com muita pena minha!) e falou-se desta e das próximas corridas.
Quero dar os parabéns ao Grupo e ao Pipas pela temporada realizada até agora e espero que continue assim até ao final!
Podem sempre contar com o meu apoio e ajuda para tudo o que quiserem pois este é o meu Grupo e sempre o será. E nunca se esqueçam que todos os que já não se fardam sonham e pensam todos os dias no Grupo pois ser forcado é uma formação para a nossa vida. Por isso, aproveitem e honrem a jaqueta e o que é ser forcado!
Pelo Aposento da Chamusca, venha vinho! Muito vinho!"
António Sousa Vinagre, antigo elemento do GFAAC.
Fotografias de Filipa Carujo